Energia Hídrica
A energia hidrelétrica é
gerada pelo aproveitamento do fluxo das águas em uma usina na qual as obras
civis – que envolvem tanto a construção quanto o desvio do rio e a formação do
reservatório – são tão ou mais importantes que os equipamentos instalados. Por
isso, ao contrário do que ocorre com as usinas termelétricas (cujas instalações
são mais simples), para a construção de uma hidrelétrica é imprescindível a
contratação da chamada indústria da construção pesada.
A primeira hidrelétrica do
mundo foi construída no final do século XIX – quando o carvão era o principal
combustível e as pesquisas sobre petróleo ainda engatinhavam – junto às quedas
d’água das Cataratas do Niágara. Até então, a energia hidráulica da região
tinha sido utilizada apenas para a produção de energia mecânica. Na mesma
época, e ainda no reinado de D. Pedro II, o Brasil construiu a primeira
hidrelétrica, no município de Diamantina, utilizando as águas do Ribeirão do
Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, com 0,5 MW (megawatt) de potência e
linha de transmissão de dois quilômetros.
Em pouco mais de 100 anos, a
potência instalada das unidades aumentou significativamente – chegando a 14 mil
MW, como é o caso da binacional Itaipu, construída em parceria por Brasil e
Paraguai e hoje a maior hidrelétrica em operação do mundo. Mas, o princípio
básico de funcionamento para produção e transmissão da energia se mantém
inalterado. O que evoluiu foram as tecnologias que permitem a obtenção de maior
eficiência e confiabilidade do sistema.
As principais variáveis
utilizadas na classificação de uma usina hidrelétrica são: altura da queda d’água,
vazão, capacidade ou potência instalada, tipo de turbina empregada,
localização, tipo de barragem e reservatório. Todos são fatores
interdependentes. Assim, a altura da queda d’água e a vazão dependem do local
de construção e determinarão qual será a capacidade instalada – que, por sua
vez, determina o tipo de turbina, barragem e reservatório.
No Brasil, de acordo com o
Banco de Informações da Geração (BIG) da Aneel, em novembro de 2008, existem em
operação 227 CGHs, com potência total de 120 MW; 320 PCHs (2,4 mil MW de
potência instalada) e 159 UHE com uma capacidade total instalada de 74,632 mil
MW. Em novembro de 2008, as usinas hidrelétricas, independentemente de seu
porte, respondem, portanto, por 75,68% da potência total instalada no país, de
102,262 mil MW.
No passado, o parque
hidrelétrico chegou a representar 90% da capacidade instalada. Esta redução tem
três razões. Primeira, a necessidade da diversificação da matriz elétrica
prevista no planejamento do setor elétrico de forma a aumentar a segurança do
abastecimento. Segunda, a dificuldade em ofertar novos empreendimentos
hidráulicos pela ausência da oferta de estudos e inventários. A terceira, o
aumento de entraves jurídicos que protelam o licenciamento ambiental de usinas
de fonte hídrica e provocam o aumento constante da contratação em leilões de
energia de usinas de fonte térmica, a maioria que queimam derivados de petróleo
ou carvão.
Referências Bibliográficas
Agência Nacional de Energia
Elétrica. Energia Hidráulica. Disponível
em: < http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par2_cap3.pdf>
Acesso em 23 de Setembro de 2014 às 10:26:38.
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